plural

PLURAL: os textos de Valdo Barcelos e Rony Cavalli

Democracia em perigo
Valdo Barcelos
Professor e escritor-UFSM

A democracia no mundo está em perigo. Em função do espaço vou restringir minhas reflexões ao Brasil. Na quarta-feira da semana passada, foi comemorado o Dia Internacional da Democracia. A data foi estabelecida no ano de 2007, pela Organização das Nações Unidas. No Brasil, a data é comemorada em 25 de Outubro. A escolha desse dia foi uma forma de homenagear o jornalista Vladimir Herzog (1937-1974) assassinado, sob tortura, nas dependências do Destacamento de Operações Internas (DOI-CODI), órgão ligado ao Comando Operacional de Informações sediado no 2º Exército em São Paulo. Herzog morreu após se apresentar, voluntariamente, para depor. Vivíamos o auge da ditadura militar pós-1964. Ditadura que alguns recalcitrantes e negacionistas insistem em dizer que não existiu. Essa negação não se restringe a alguns alienados, mal intencionados ou meros ignorantes da história recente. Isto não é opinião, é fato. Essa negação está presente nos discursos do atual presidente que não só nega a existência desse período sombrio de nossa história, como se declara admirador de torturadores reconhecidos pela própria justiça do país. É o caso dos elogios feitos pelo presidente ao coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932-2015). 

Vale lembrar que o coronel Ustra era natural de Santa Maria e comandou o DOI-CODI entre 1970 e 1974. Atendia pelo codinome de Dr. Tibiriçá. O Brasil foi condenado em 2018, pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), por omissão na investigação do assassinato do jornalista Vladmir Herzog. Enquanto isso, o presidente Bolsonaro simplesmente debocha: "Ninguém tem prova de nada...Suicídio acontece, pessoal pratica suicídio"..." O erro da ditadura foi torturar e não matar." (31/03/2016). Como se pode perceber, essa forma de debochar, de mostrar desprezo pelo sofrimento e morte das outras pessoas não é algo recente no presidente. Não acontece só agora na pandemia. Talvez, se os brasileiros conhecessem o passado do atual presidente não teriam depositado suas esperanças nele. Mas nem tudo está perdido. Vivemos em uma democracia que passa por um momento de grande ameaça e há que defendê-la dos ataques dos saudosistas da ditadura, bem como dos ignorantes de nossa história. 

A democracia, conquistada a duras penas pelos democratas desse país, merece nossa atenção, há que nos enamoramos da democracia. Para tanto, a democracia precisa ser vista como uma obra de arte. Essa obra de arte, chamada democracia, não será propriedade de nenhum grupo, governo ou mesmo terá um curador. Essa obra de arte, chamada democracia, não ficará exposta em galerias ou museus. Essa obra de arte chamada democracia terá como galeria todos os lugares onde as pessoas, com espírito democrático, se fizerem presentes por meio do seu viver democrático. Para que essa obra de arte chamada democracia aconteça, precisa ser desejada e buscada sincera, generosa e honestamente. Essa obra de arte chamada democracia não pode ficar restrita a um discurso sobre, ou, a um exercício intelectual filosófico ou ideológico. Por mais importante que o sejam, os discursos e exercícios intelectuais; essa obra de arte chamada democracia é uma construção permanente, ou seja, talvez nunca fique pronta.

A democracia é uma obra de arte a ser construída no espaço do conviver humano. A convivência/respeito à democracia só acontecerá se desejarmos sincera e generosamente viver e conviver na democracia. Essa obra de arte chamada democracia não terá autor ou espectadores(as). Terá participadores(as). Essa obra de arte chamada democracia, para que aconteça, terá que ser coletiva, e, também, resultado de um ato de amor entre as pessoas.

A terceira via inexistente
Rony Pillar Cavalli
Advogado e professor universitário

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Partidos políticos, imprensa e movimentos do tipo MBL estão desesperados tentando viabilizar a chamada terceira via, sustentando que existe política com capacidade de viabilizar um nome para a corrida presidencial de 2022 fora da polarização Bolsonaro x Lula.

A imprensa, especialmente a Folha de São Paulo, através de seu braço de pesquisa Data Folha largou pesquisa de intenção de votos esta semana para lá de suspeita, mostrando mais uma vez que Bolsonaro perde para Lula e para qualquer outro no segundo turno. Impressionante a cara-de-pau da pesquisa e da imprensa que coloca estas pesquisas como principal matéria da pauta tentando fazer a população crer em uma pesquisa que contraria todo e qualquer cenário expresso a olho nu.

O que mais impressiona é que, em tempo de que tudo que conservadores fazem é chamado de Fake News, a imprensa divulga estas pesquisas sem a menor cerimônia e, além disto, nenhum órgão de segurança ventila a hipótese de abrir inquérito para investigar estas pesquisas.

Aparecer uma pesquisa destas, logo após a megamanifestação de 7 de setembro e o fracasso do movimento da esquerda de 12 de setembro, que demonstram a retumbante popularidade do Presidente Bolsonaro e a total falta de aderência a qualquer movimento contrário a ele e tentar fazer a população acreditar que pesquisas de intenção de voto dizem o contrário do que todos viram nos movimentos é nos chamar de idiotas.

Queira ou não queira a imprensa militante, a maior parte da população brasileira é conservadora e a popularidade do Presidente não é apenas sucesso dele e sim os valores que ele representa. Enquanto não tiver alguém que, de forma verdadeira, represente estes valores conservadores e a população tendo segurança que ele é o único que espelha de forma confiável a defesa destes valores, ninguém será competitivo na eleição de 2022 contra Bolsonaro.

O Presidente Bolsonaro não só representa a defesa dos valores conservadores, como foi o precursor que encorajou as pessoas não apenas votar em político com agenda conservadora, como passarem se manifestar de forma expressa na defesa de tais valores, o que, antes, não acontecia em razão da esquerda ter conseguido abafar por décadas isto, como se fosse algo que as pessoas deveriam se envergonhar de defender.

A população brasileira chegou no limite vendo governos anteriores não só se enterrarem em corrupção, mas especialmente patrocinar agendas contrárias aos valores judaico-cristãos, como aborto, sexualização de crianças e ataques ao cristianismo e agora, nitidamente, se apega e defende quem tem certeza que será o antídoto contra todos aqueles que vilipendiam a família, a pátria e seus valores mais caros.

É cristalino o que a população brasileira realmente quer, que é a disciplina, patriotismo, honra e valores familiares, muito diferente do que uma bolha militante da imprensa tenta fazer crer, mentindo descaradamente em seus jornais, quando a maior parte percebeu que o que ela quer de volta é o jogo sujo de governos anteriores que jorravam o nosso dinheiro em publicidades oficiais para comprar apoio desta mesma imprensa que agora está desesperada pela abstinência destas verbas que cessaram com a chegada de Bolsonaro à Presidência da República.

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